"[...] D. João II, desejando o descobrimento da India e Guiné que o Infante D. Henrique seu tio, primeiro começou, mandou a sua frota à dita costa, e por capitão-mor dela mandou Diogo Cão, cavaleiro de sua casa [...][...] O qual indo pela dita costa foi ter ao rio Congo que é um dos grandes que no mundo se sabe de água doce [...] Diogo Cão determinou mandar ao rei da terra um presente e mandou-lhe dizer que a armada era do rei de Portugal que com todo o mundo tinha paz e amizade [...] Chegaram ao rei do Congo e foram por ele recebidos com muita honra muito prazer e alegria e espanto e folgou tanto de os ver e perguntou-lhes pelas coisas de cá que os não podia despedir de si e deixá-los tornar à frota.E pela muita tardança sua pareceu ao capitão que deviam estar cativos ou mortos. E vendo que os negros de terra se fiavam dele e entravam já nos navios, determinou não esperar os que mandara, e partir-se com alguns daqueles negros, e assim fez. E se veio com eles para Portugal, não os trazendo como cativos mas com fundamento que, depois de aprenderem a língua e os costumes nossos, tornariam ao Congo ".
Garcia de Resende, "Crónica de D. João II"
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