"Desejava el-rei D. Manuel com empenho, e disso encarregou Afonso com insistência, dominar a cidade de Adém e edificar ali uma fortaleza. Achava-se ele com Goa tomada, e em estado que já se acusava ele a si mesmo de estar faltando a outras empresas. Fingiu que tentava passar a esta, despachando alguns capitães para várias partes e a principal no mar Vermelho, onde está aquela cidade, sendo o seu intento aparecer em Malaca (...). Saiu de Cochim para Malaca a 2 de Maio com 19 baixéis (...), ganhou na viagem, em frente de Ceilão, cinco naus de mouros que passavam a Malaca (...) três juncos mais adiante correram a mesma sorte. Pela gente de um deles teve notícia das coisas de Malaca, em cujo porto surgiu a nossa armada no primeiro de Julho, ao som de instrumentos e de artilharia (...) e finalmente, com grandes perdas do inimigo, toma inteira posse da cidade, apenas com a coragem de 800 portugueses e de 200 malabares. Pelo espaço de nove dias acabaram de ser mortos naquela praça e expulso dela os mouros. Sucederam-lhe os estrangeiros a povoá-la e também alguns naturais malaios, por Albuquerque lhes haver concedido licença."
Manuel de Faria e Sousa, Epítome de las Historias Portuguesas (1628)
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