domingo, 28 de setembro de 2008

José Relvas proclama a República

"O Governo Provisório da República Portuguesa saúda as forças de terra e mar, que com o povo instituiu a Republica para felicidade da Pátria. Confio no patriotismo de todos. E porque a Republica para todos é feita, espero que os oficiais do Exército e da armada que não tomaram parte no movimento se apresentem no Quartel General, a garantir por sua honra a mais absoluta lealdade ao novo regime." (Edital da Proclamação da República (Teófilo Braga), Lisboa, 5 de Outubro de 1910)

"Hoje, 5 de Outubro de 1910, às 11 horas da manhã, foi proclamada a República em Portugal na Sala Nobre do Município de Lisboa, depois de ter terminado o movimento da revolução nacional. Constituiu-se imediatamente o Governo Provisório sob a Presidência do Dr. Teófilo Braga" (Diário do Governo, 6 de Outubro de 1910)


Na imagem, José Relvas proclama a República, da varanda da Câmara Municipal de Lisboa. José Relvas viria a assumir a pasta das Finanças, no Governo Provisório, que contou ainda com António José de Almeida na pasta do Interior, Afonso Costa na Justiça, Bernardino Machado nos Negócios Estrangeiros e, mais tarde, de Brito Camacho no Fomento.

Os combates na Rotunda, em 5 de Outubro 1910

Combatentes republicanos na Rotunda, em 5 de Outubro. As forças revolucionárias eram poucas e muito desorganizadas, mas a debilidade da reacção monárquica acabou por lhes dar a vitória.


"Lisboa amanheceu hoje ao som do troar da artilharia. Proclamada por importantes forças do exército, por toda a armada e auxiliada pelo concurso popular, a República tem hoje o seu primeiro dia de Hisória. A marcha dos acontecimentos, até à hora em que escrevemos, permite alimentar toda a esperança de um definido triunfo [...] não se faz ideia do entusiasmo que corre na cidade. O povo está verdadeiamente louco de satisfação. Pode dizer-se que toda a população de Lisboa está na rua vitoriando a república." (Jornal O MUNDO de 5 de Outubro de 1910)