"Chegado Diogo Cão ao Congo foi recebido pelos da terra com muito prazer vendo os seus naturais que ele trouxera vivos e tão bem tratados os que levara, pedindo-lhes Diogo Cão em troca os portugueses que lá tinham ficado.El-Rei do Congo mandou a El-rei (D. João II) por seu embaixador Caçuta, homem muito importante que depois de ser cristão teve o nome de D. João Silva, e alguns moços, com um presente de muitos dentes de elefante e cousas de marfim lavradas e muitos panos de palma bem tecidos e com finas cores por em sua terra não haver outras coisas.E lhe pedia que lhe mandasse logo frades e clérigos e todas as coisas necessárias para ele e os seus receberem água do baptismo. E assim lhe mandasse pedreiros e carpinteiros para lhes fazerem igrejas [...] e também lhe mandasse lavradores para lhe domesticarem bois e lhe ensinarem a aproveitar a terra, e assim algumas mulheres para ensinarem as do seu reino a amassar o pão, porque ficaria muito contente que as coisas do seu reino se parecessem com as de Portugal. [...] E lhe pedia por mercê que certos moços pequenos do seu reino que lhe mandava os mandasse logo fazer cristãos e ensinar a ler e a escrever. [...] El-Rei D. João [...] estando em Beja, levou o embaixador Caçuta à pia baptismal para o fazer cristão e assim aos moços que com ele vieram, e a Rainha foi a madrinha, vestindo-se ela e El-Rei de festa.
"Garcia de Resende, "Crónica de D. João II"
Nesta segunda viagem Diogo Cão explorou a costa africana para sul do rio Zaire até à Serra Parda.
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