quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Armada de Pedro Álvares Cabral


A armada de Pedro Álvares Cabral era composta por 13 embarcações:
-Nau capitânia (desconhece-se a sua designação): comandada por Pedro Álvares Cabral
-Nau Sota-capitânia (El-Rei): comandada por Sancho Tovar
-Nau (desconhece-se a sua designação): comandada por Simão de Miranda de Azevedo
-Nau (desconhece-se a sua designação): comandada por Aires Gomes da Silva
-Nau (desconhece-se a sua designação): comandada por Vasco de Ataíde
-Nau (Anunciada): comandada por Nuno Leitão da Cunha
-Nau (desconhece-se a sua designação): comandada por Simão de Pina
-Nau (desconhece-se a sua designação): comandada por Luís Pires
-Nau (desconhece-se a sua designação): comandada por Nicolau Coelho
-Caravela (desconhece-se a sua designação): comandada por Bartolomeu Dias
-Caravela (desconhece-se a sua designação): comandada por Diogo Dias
-Caravela (S. Pedro): comandada por Pêro de Ataíde
-Naveta de mantimentos (desconhece-se a sua designação): comandada por Gaspar de Lemos

Viagem de Pedro Álvares Cabral (1500)


Rota da viagem de Pedro Álvares Cabral em 1500 - Descoberta do Brasil.
D. Manuel I escoIheu Pedro Álvares Cabral para comandar a armada que se dirigia ao Oriente, em 1500, composta por 13 navios e 1500 homens, grande parte soldados, para submeter o Samorim de Calecute.
Depois da descoberta do Brasil a viagem continuou rumo à Índia.

Descoberta do Brasil: Extracto da Carta de Pêro Vaz de Caminha (1500)

Carta de Pêro Vaz de Caminha para D. Manuel I
com as novas do achamento da Terra de Vera Cruz,
Porto Seguro (Brasil), 1 de Maio de 1500.
Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, Lisboa

O escrivão da armada de Pedro Álvares Cabral, Pêro Vaz de Caminha, redigiu esta carta ao rei D. Manuel para comunicar-lhe o descobrimento das novas terras. Datada de Porto Seguro, no dia 1º de Maio de 1500, foi levada a Lisboa por Gaspar de Lemos, comandante do navio de mantimentos da frota.

"[...] E assim seguimos [...] por este mar até que terça-feira [...] 21 dias de Abril topámos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas [...] topámos aves [...] houvemos vista de terra [...] a que o capitão pôs o nome de Terra da Vera Cruz. [...] Pela manhã fizemos vela e seguimos direitos à terra [...] avistámos homens que andavam pela praia. Afonso Lopes [...] meteu-se logo no batel e tomou dois deles. Um deles trazia um arco e seis ou sete flechas [...]. Trouxe-os logo ao capitão em cuja nau foram recebidos com muito prazer e festa. A feição deles é serem pardos [...] avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus [...] os seus cabelos são corredios [...] e um deles trazia uma espécie de cabeleira de penas de ave amarelas [...]. O capitão [...] estava com um colar de oiro ao pescoço. Um deles pôs o olho no colar do capitão e começou de acenar com a mão para terra e depois para o colar como que nos dizendo que ali havia ouro. Também olhou para o castiçal de prata e assim mesmo acenava para terra [...]. Mostraram-lhes um papagaio; tomaram-no logo na mão e acenaram para terra [...]. Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela [...].Ao Domingo de Pascoela, pela manhã, determinou o capitão de ir ouvir missa [...] e assim foi feito [...] Estavam na praia [...] obra de 60 [...] Vieram logo para nós sem se esquivarem [...] Pareceu-me gente de tal inocência que se homem os entendesse e eles a nós seriam logo cristãos [...]"

Carta de Pero Vaz de Caminha(Adaptado)



quinta-feira, 8 de novembro de 2007

A Rua Nova dos Mercadores

"Passando ao longo da Rua Nova, onde abundam os gravadores, joalheiros, ourives, douradores (...), chega-se a outra chamada também Rua Nova dos Mercadores, muito mais vasta do que as outras ruas da cidade, adornada, dum lado e doutro com belos edifícios. Aqui se juntam todos os dias os comerciantes de quase todas as partes do mundo. (...) A Rua Nova pelo seu comprimento e largura, mas sobretudo por ser ornada de uma infinidade de lojas cheias de diversas mercadorias..."

Damião de Góis, Descrição de Lisboa

A Casa da Índia e Mina

"Ali se tratam os negócios da Índia e, por isso, lhe dão o nome de Casa da Índia. Contudo, a mim me parece que se deve chamar o grande centro comercial, empório de aromas, pérolas, rubis, esmeraldas e de outras pedras preciosas que de ano a ano nos são trazidas da Índia.

Damião de Góis, Lisboa de Quinhentos


A Casa da Índia foi uma instituição criada em Lisboa em 1503, que se ocupava da navegação e do comércio com o Oriente. A Casa da Índia administrava as exportações para a Índia, o desembarque de mercadorias orientais, a sua distribuição e venda. O monopólio régio efectuava-se em relação às principais especiarias e à exportação de certos produtos, mantendo-se a Coroa como a entidade reguladora do comércio em geral.

A Ribeira das Naus

A ribeira das naus (Museu da Cidade - Lisboa)

Século XVI:
"Ocupa a Ribeira das Naus um espaço vastíssimo (...). Constrói-se ali (...) essas grandes naus e galeões que abriram a navegação da Índia (...) Diz-se que a construção de cada uma dessas naus custa vinte mil cruzados
É admirável aqui, na verdade, a abundância de tudo o que é necessário para abastecer a armada, pois não falta grande quantidade de mastros, vergas e calabares muito ensebados e compridos; toda a sorte de pez e alcatrão; nem a arte de amolecer o ferro e o aço (...).
Paulo Duarte de Sande

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

D. Manuel I

D. Manuel I, 14.º Rei de Portugal

D. Manuel I foi rei da Segunda Dinastia (Avis) e o 14º Rei de Portugal. Nasceu em Alcochete a 31 de Maio de 1469 e morreu em Lisboa a 13 de Dezembro de 1521. Era filho de D. Fernando, Duque de Viseu e de D. Beatriz.

Começou a governar em 1495 e terminou em 1521. Em circunstâncias normais, D. Manuel não seria nunca rei de Portugal. O seu antecessor, D. João II, não deixou descendentes directos, pois o seu único filho legítimo, D. Afonso, morrera aos dezasseis anos, devido a uma queda de cavalo. O parente mais próximo era precisamente D. Manuel, neto paterno do rei D. Duarte e primo e cunhado de D. João II.

Cognominado de O Venturoso, O Bem-Aventurado ou O Afortunado, pelos eventos felizes que ocorreram no seu reinado, designadamente a descoberta do caminho marítimo para a Índia (1498) e a do Brasil (1500), D. Francisco de Almeida tornou-se no primeiro vice-rei da Índia (1505) e o almirante D. Afonso de Albuquerque dominou a Índia e assegurou para Portugal o monopólio do comércio das especiarias. Foi o primeiro rei a assumir o título de Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor do Comércio, da Conquista e da Navegação da Arábia, Pérsia e Índia.

No domínio da política interna o seu governo tendeu abertamente para o reforço do poder régio:

i) reforma os tribunais superiores;

ii) adopta uma política de perseguição a judeus e muçulmanos (decreto de 1496: obriga todos os judeus que não se quisessem baptizar a abandonar o país no prazo de dez meses, sob pena de confisco e morte. Esta política extremista foi talvez tomada por forma a agradar aos reis católicos, e uma das cláusulas do seu contrato de casamento com a herdeira de Espanha, Isabel de Aragão)
iii) reforma dos forais e actualização dos encargos tributários.
iv) a compilação e revisão da legislação, consagrada pelas Ordenações Manuelinas.

Ao nível cultural reconheceu o atraso do ensino universitário, mandando promover a reforma da universidade, estabelecendo entre 1500 e 1504 novos planos de estudo e uma nova administração escolar.

D. Manuel morreu em 1521 e encontra-se sepultado no Mosteiro dos Jerónimos.


Afonso de Albuquerque

Afonso de Albuquerque

Nasceu em Alhandra em 1462 e morreu em Goa em 1515. Segundo filho de Gonçalo de Albuquerque, senhor de Vila Verde dos Francos, e de D. Leonor de Meneses, filha de D. Álvaro Gonçalo de Ataíde.
Em 1503 foi enviado à Índia, combatendo o rei de Calecute e fundando uma feitoria em Cochim. Em 1506, D. Manuel I voltou a enviá-lo à Índia, com indicações secretas, para substituir D. Francisco de Almeida no cargo de vice-rei. Já como Governador, conquistou vários portos em Omã acabando por chegar à riquíssima cidade de Ormuz, que se tornou tributária de Portugal. Em 1510 toma Goa e em 1511 conquista Malaca, abrindo aos portugueses o acesso às especiarias das Molucas e ao comércio com a China. Tentou tomar Áden sem êxito. Com a construção da fortaleza de Ormuz em 1515 concluiu o seu plano de domínio dos pontos estratégicos que permitiam o controlo marítimo e o monopólio comercial da Índia.
Em 1514 na Índia dedicou-se à administração e diplomacia, nomeadamente através do estreitamento das relações entre portugueses e indianos: concluiu a paz com Calecute, recebeu embaixadas de reis indianos, consolidou e embelezou Goa, e desenvolveu uma política de casamentos de portugueses com mulheres indígenas procurando criar uma raça luso-indiana. Criou as bases do Império Português no Oriente.
Vítima de intrigas, acabou por ser demitido do cargo, falecendo, em Goa, em 1515.

D. Francisco de Almeida

D. Francisco de Almeida, 1.º vice-rei da Índia
Primeiro vice-rei da Índia (1505-1509). Nasceu em Lisboa em 1450, filho dos primeiros condes de Abrantes, D. Lopo de Almeida e de D. Beatriz da Silva. Experiente navegador, militar destemido e bom administrador, D. Francisco de Almeida começou por se distinguir na conquista do reino de Granada aos mouros, combatendo no exército espanhol dos Reis Católicos (Fernando e Isabel). Em março de1505 foi enviado à Índia por D. Manuel na qualidade de vice-rei, para se opor aos Turcos, que combatiam a instalação dos Portugueses no oceano Índico. Com D. Francisco de Almeida partiram 1.500 soldados levados em 16 naus e 6 caravelas.
Desenvolveu várias acções militares na costa oriental africana, tomou Quíloa e incendiou Mombaça; na Índia, construiu fortalezas em Cananor e Cochim e alcançou um importante vitória naval na Batalha de Diu sobre o sultão do Egipto em 1509. Enfrentou a armada do rei de Calecute, assegurando a presença portuguesa no Índico.
D. Francisco de Almeida foi substituído no cargo por Afonso de Albuquerque e no regresso a Portugal em 1510 foi morto, pelos indígenas, na zona do cabo da Boa Esperança.