O senhor infante D. Henrique tinha sempre de todos os cativos que traziam uma quarta parte (…). Depois disto, no seu conselho, o Senhor Infante dizia que para o futuro não brigassem com aquela gente naquelas regiões, mas que travassem alianças, e tratassem do comércio, e com eles assentassem pazes porque a sua intenção era fazê-los cristãos (...).
Algum tempo depois o Senhor Infante armou uma caravela de Lagos, (…) e fez Diogo Gomes, capitão dela. (…) E passámos o rio de S. Domingos (…) e vieram os mouros de terra nas suas embarcações e trouxeram-nos as suas mercadorias, a saber: (…) panos de seda ou algodão, dentes de elefante e uma quarta de malagueta em grão, e nas suas cascas, tal como cresce, com o que muito me alegrei (…).
E vimos a grande foz de um rio (...) e pela grandeza logo pensámos que aquele rio era o Gâmbia, e assim era (...). No outro dia (...) vimos gentes (…) e chegámos até próximo e fizemos paz com eles (…). E aí recebi deles 180 arratéis de ouro, em troca das nossas mercadorias, a saber: pano, manilhas(1) de cobre, etc.
Diogo Gomes, Relação do Descobrimento da Guiné
(1) Argolas, pulseiras
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