Leonardo da Vinci escreveu em finais do século XV o seguinte:
"O meu senhor Ludovico tem por costume atar coelhos com fitas às cadeiras dos seus comensais, para que estes possam limpar as mãos engorduradas às costas do animal, costume que considero imprório da época em que vivemos. (...)
Inspeccionando as toalhas de mesa do senhor Ludovico, meu Amo, depois de os comensais terem abandonado a sala do repasto, depara-se-me uma cena de caos e depravação tais (que a nada mais é semelhante senão ao rescaldo de uma batalha) que considero uma prioridade (...) encontrar uma alternativa.
Já disponho de uma. Creio que deveria ser dado a cada um dos comensais um pedaço de pano individual que, depois de sujo pelas mãos e facas, poderia ser dobrado, de forma que não conspurcasse a aparência da mesa com as suas imundícies. Mas que nome hei-de dar a estes panos? e como apresentá-los?"
Leonardo da Vinci encarnou o ideal de homem completo do Renascimento. Ao longo da sua vida, para além da pintura e da arquitectura, interessou-se pela anatomia, pela botânica, pela geologia, pela hidráulica, pela engenharia civil e militar.
As suas experiências, os seus estudos e os seus inventos foram registados em dezenas de cadernos manuscritos, anotados numa escrita muito pessoal, feita da direita para a esquerda e invertida, e ilustrados com desenhos minuciosos. Depois da sua morte, esses cadernos acabaram por se dispersar, permanecendo praticamente desconhecidos durante cerca de 300 anos. Actualmente, fazem parte das colecções de grandes bibliotecas e museus, bem como de colecções particulares (ex. o "Codex Leicester", adquirido por Bill Gates, por 30 milhões de dólares)
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