sexta-feira, 28 de março de 2008

A arte gótica a arte da luz



Fachada da Catedral de Saint-Denis

"Suger, um monge de Saint-Denis, é, com efeito, o verdadeiro inventor da arte gótica. Ele introduz inovações técnicas importantes: o cruzamento de ogivas (arcos em ogiva ou de volta quebrada) sustentando a abóbada (de cruzamento de ogival), os arcobotantes aparando muros menos espessos (os arcobotantes conduzem o peso da abóbada para os contrafortes que o descarregam no chão) e, também, ainda que menos conhecido, a maior utilização do metal, que permite rasgar grandes janelas e fabricar a moldura dos vitrais. Mas não é o essencial. A arquitectura gótica responde ainda a uma mudança do gosto e da espiritualidade que se inscreve na história medieval. (...)

A catedral é concebida para captar e libertar a luz. Uma luz que valoriza a altura das naves, o impulso das torres e dos seus pináculos, a alternância da sombra e das colunas dos pilares. Uma luz que é sempre colorida. A aparição sumptuosa dos vitrais torna-se um elemento essencial do gótico. A cor impõe-se igualmente nas esculturas, nos frescos, nas tapeçarias (...)"

Jacques Le Goff, entrevista ao Nouvel Observateur, Agosto de 2006