segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Os Engenhos de açúcar

Moinho de cana-de-açúcar - Minas Gerais (Rugendas)
Os engenhos eram constituídos por um extenso canavial, uma casa grande onde moravam os senhores do engenho e as suas famílias, outra casa chamada "Senzala" onde ficavam as habitações dos escravos, casas para os trabalhadores livres e havia ainda a casa do engenho: instalações onde se encontravam os aparelhos destinados ao fabrico do açúcar.
As boas condições do clima e o trabalho forçado dos escravos africanos (cerca de 120 mil em 1600) fizeram do açúcar o principal produto de exportação brasileiro nos séculos XVI e XVII.

O governo-geral do Brasil

«O sistema de capitanias durou até 1548, mas não impediu a ameaça cada vez maior dos corsários franceses, que se serviam da ajuda das tribos indígenas para se sobreporem à soberania portuguesa. Também os donatários apenas viam o interesse das respectivas capitanias, não tendo em conta a interajuda que era fundamental para a defesa do território, para além da constante falta de recursos humanos e materiais. Compreendeu D. João III que o futuro daquele Estado tinha de assentar num sistema de unidade política e administrativa, em torno de um governador-geral revestido de amplos poderes sobre os donatários e que fosse o representante da coroa em tão vasto domínio. Tomé de Sousa chegou à Baía de todos os Santos a 29 de Março de 1549.»

Joaquim Veríssimo Serrão, História de Portugal, vol.III, Verbo, 1988

A acção de um capitão-donatário

"Para Pêro do Campo Tourinho poder povoar a capitania de Porto Seguro, vendeu todos os seus bens e preparou à sua custa uma frota de navios na qual embarcou com sua mulher e filhos e muitos moradores casados, seus parentes e amigos e outra muita gente. Com eles partiu do porto de Viana do Castelo e, com tempo favorável, chegou à terra do Brasil. Foi tomar porto no rio de Santa Cruz onde desembarcou com a sua gente e se fortificou no mesmo lugar onde está agora a vila cabeça desta capitania (...).
No seu tempo, instalaram-se alguns engenhos de açúcar, no que teve, nos primeiros anos, muito trabalho por causa da guerra que lhe fizeram os índios Tupiniquim, que viviam naquela terra."
Gabriel Soares, Roteiro Geral. Século XVI

S. Salvador da Baía


Após o estabelecimento do Governo-Geral, S. Salvador da Baía tornou-se o centro político-militar (donde partiam as armadas de defesa da costa do Brasil) e o grande porto dos produtos de exportação (áçúcar, tabaco, algodão). A partir do século XVI, S. Salvador foi o maior porto brasileiro para a chegada de escravos africanos.

A administração portuguesa do Brasil

Cronologia:

1534 - Aplicação do sistema de capitanias entregues a capitães-donatários.
1549 - Início do Governo-Geral.
1572 - Divisão do Brasil por dois governos, um a norte, com sede em São Salvador da Baía, e
outro a sul, com sede no Rio de Janeiro.
1578 - Retorno a um só governo, com sede em São Salvador da Baía.
1608 - Retorno aos dois governos.
1612 - Retorno a um só governo, com sede em São Salvador da Baía.
1621 - Criação do Estado do Maranhão e do Estado do Brasil (capital em Salvador).
1763 - a capital do Estado do Brasil passa de Salvador para o Rio de Janeiro.

A divisão do Brasil em capitanias

As capitanias do Brasil, mapa atribuído a Luís Teixeira,
c. 1586 - Lisboa, Biblioteca da Ajuda

Em 1532, D. João III dividiu o Brasil em capitanias, tentando incentivar o povoamento. A partir do litoral, a terra foi repartida em faixas paralelas e irregulares, doadas aos mais ilustres nobres portugueses.
Alguns anos depois, Luís Teixeira desenhava este mapa, onde se encontram assinaladas todas as capitanias que serviram de base aos primórdios da colonização do Brasil. Nele aparecem as capitanias hereditárias com seus respectivos donatários (do Norte para o Sul): Rio Grande, Itamaracá, Pernambuco, Bahia, Ilhéus, Porto Seguro, Espírito Santo, Paraíba do Sul e São Vicente. A Bahia, considerada capitania de Sua Majestade, era a sede do governo-geral do Brasil.